Políticas públicas não chegam até a inovação, diz Ipea
Apesar de o esforço tecnológico aumentar em algumas áreas importantes da indústria nacional, a participação desses segmentos na economia diminui.
Brasília - As políticas públicas brasileiras não têm sido capazes de aumentar a inovação na economia do País, aponta um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Apesar de o esforço tecnológico aumentar em algumas áreas importantes da indústria nacional, a participação desses segmentos na economia diminui.
Por essa razão, o aumento nos investimentos em Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) da indústria de transformação não resultou em crescimento de P&D na comparação com o Produto Interno Bruto (PIB). Os gastos em atividades internas e aquisição externa de P&D alcançaram, em 2011, R$ 24,24 bilhões.
Comparado ao PIB, esse número representa 0,59% ante 0,58% verificado em 2008. Os dados usados no estudo dos pesquisadores Fernanda De Negri e Luiz Ricardo Cavalcante são da Pesquisa de Inovação (Pintec) de 2011, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
"Na última década, o País consolidou um cardápio relativamente completo de políticas de inovação: incentivos fiscais, subvenção, crédito subsidiado, entre outros. Apesar desse conjunto de políticas apontar na direção correta, faltam-lhe elementos fundamentais, especialmente foco, priorização e volume adequado de recursos", aponta o estudo. "De nada adiantará uma política tecnológica atuando para ampliar a intensidade de P&D na economia se outras políticas apontarem na direção oposta."
Motivo
Entre as razões para o baixo crescimento dos esforços tecnológicos do Brasil no período recente, a pesquisa destaca que o País tem uma estrutura produtiva especializada em segmentos de menor intensidade tecnológica, além da baixa escala de produção das empresas brasileiras e da existência de poucas empresas de capital nacional em segmentos mais intensivos em tecnologia.
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