Liberação de trigo argentino beneficia o Brasil
Após um ano de restrição às exportações de trigo, o governo argentino autorizou ontem o embarque imediato de 500 mil toneladas do cereal e sinalizou que mais 1 milhão de toneladas devem ser habilitadas gradualmente.
A notícia chega em um bom momento para o Brasil, que até julho precisará importar cerca de 4 milhões de toneladas, segundo Lucílio Alves, pesquisador do Cepea. O volume equivale a cerca de 35% da demanda anual.
A Argentina é, tradicionalmente, o maior fornecedor de trigo para o país, que precisa importar pelo menos metade do consumo interno. Com a ausência do vizinho no ano passado, os moinhos precisaram recorrer a outros produtores, como EUA e Canadá.
Essa movimentação, aliada à alta do dólar e à quebra da safra brasileira, encareceu o trigo no país. Mesmo com a isenção da TEC (Tarifa Externa Comum), válida até 30 de novembro, o trigo do hemisfério Norte chega mais caro ao Brasil por causa do frete.
O consumidor sentiu no bolso: a farinha de trigo subiu 30% em 2013, e o pão francês, 15%, segundo o IPCA, índice de inflação do IBGE.
Na safra atual, comercializada neste momento, a produção de trigo apresentou um crescimento de 25%, mas a expectativa é de estoques apertados ao fim de julho.
Segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), eles armazenarão 834 mil toneladas, o equivalente a um mês de consumo.
Além disso, boa parte do trigo disponível, produzido no Rio Grande do Sul, não é adequada para a produção de pães, o que aumenta a necessidade de importações.
"A liberação de exportações de trigo argentino ajuda a frear altas nas cotações e a abastecer regiões mais necessitadas", afirma Alves.
O tamanho do impacto no mercado brasileiro dependerá, no entanto, do fluxo de liberações das cargas argentinas e da taxa de câmbio.
A expectativa dos moinhos brasileiros é que as exportações argentinas sejam superiores às sinalizadas pelo governo, entre 2,5 milhões e 3 milhões de toneladas, segundo Lawrence Pih, presidente do Moinho Pacífico.
Para ele, a safra argentina superará 10 milhões de toneladas, ante a expectativa do governo de 9,2 milhões de toneladas, e haverá excedente para exportação.
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Proibição O governo da Indonésia, principal produtor mundial de níquel, decidiu banir a exportação do mineral em bruto e só autorizar o embarque do material já refinado. O objetivo é estimular o processamento no país.
Reação O anúncio provocou uma alta de 2% no preço à vista do níquel, em Londres, para US$ 13.980 por tonelada. Para analistas, a medida pode contribuir para levar o mercado mundial a um deficit no próximo ano.
Recuperação? O Cecafé, que reúne exportadores de café, espera alta de 5% nos embarques, em volume, em 2014. Nos primeiros sete dias úteis deste ano, porém, eles caíram 10% ante igual período de 2013, segundo o Mdic.
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Seca reduz potencial da soja em Mato Grosso do Sul
O clima quente e seco em algumas regiões produtoras de soja pode afetar o potencial da safra que começa a ser colhida. Segundo a AgRural, os maiores problemas estão em Mato Grosso do Sul, mas ainda estão longe de sinalizar uma quebra de safra.
No sul do Estado, que já sofria com a escassez de chuva desde o início da safra, produtores estimam perda de 20% a 30% na produtividade, informa a consultoria.
Também há relatos de perdas no norte do Paraná, onde as lavouras chegaram a ficar 30 dias sem chuvas, e no sudoeste de Goiás.
Já em Mato Grosso, líder em produção de soja no país, o clima contribui para o bom rendimento da safra. Segundo o Imea, a colheita no Estado atingia 1,9% da área total na sexta-feira passada.
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Cargas
Portos do Paraná têm recorde em 2013
Pelo terceiro ano consecutivo, os portos de Paranaguá e de Antonina, no Paraná, registraram recorde na movimentação de cargas. Segundo dados divulgados ontem, foram mais de 46,1 milhões de toneladas movimentadas em 2013. O volume é 3,6% superior ao registrado no ano anterior.
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