quarta-feira, 18 de dezembro de 2013


Além do consumo, famílias querem mais 

estudo em 2014.

Famílias acreditam que a economia do país será melhor, com mais emprego e renda.

RIO, BRASÍLIA, PORTO ALEGRE, RECIFE, SÃO PAULO e BELÉM - Para as sete famílias brasileiras acompanhadas pelo GLOBO em 2013, o ano foi de realizações. O que não quer dizer que todos os projetos foram alcançados. Metas muito ambiciosas, inflação e tempo curto jogaram para 2014 sonhos não concretizados. As expectativas para o ano que vem são justamente o tema do quarto e último dia da série que conta a saga das famílias brasileiras no universo da economia. Estudo, consumo, viagens, trabalhar menos e mudar de emprego são os projetos das famílias — que esperam um ano melhor tanto na economia quanto na política.
O carro e a casa dominam os planos de consumo. Para a família de Jerri Adriani e Kátia Duarte, de Porto Alegre, 2014 será o ano em que terão o primeiro carro, usado. Com renda familiar de R$ 2.400, Jerri Adriani negociou adiantamento de R$ 2.500 com o patrão para assumir uma prestação entre R$ 200 e R$ 300. Ele ainda não escolheu o modelo.

   Esse financiamento é informal, no cheque mesmo. Vou assumir prestações por 20 meses. O adiantamento com o patrão vou pagar em um ano.
    Trabalhar menos também é meta de Jerri, gerente de açougue. Hoje, ele sai de casa antes das 7h e volta perto das 21h. A mulher, professora, tem acertado o primeiro emprego na função:

- Vou começar a lecionar em escola particular (um aumento de R$ 300 no salário de R$ 930) e esperar que abram inscrições para contratações no estado para professor.
Pouca crença em mudanças com manifestações
Em Belém, os planos estão concentrados na casa e num novo carro. Mas a família de Jaffre Moraes e Edinete Veras também deseja viajar. O carro zero foi conquistado este ano, mas o modelo é popular:
- Queremos um mais potente e fazer também uma pequena reforma no apartamento — afirma Jaffre, que acredita num 2014 mais justo. — Espero que todas as famílias consigam, em 2014, realizar seus sonhos, se unir e viver num país mais justo, em paz e seguro. Para isso, os nossos gestores precisarão ter mais respeito com o povo — completou.
Em Brasília, depois de apertar o orçamento de cerca de R$ 18 mil mensais para ver o sonho da casa realizado em 2013, a família dos servidores públicos Laurício Cruz e Andreza Monteiro quer terminar de mobiliar o sobrado, viajar e voltar a estudar, na expectativa de uma economia melhor em 2014, com mais empregos e aumento na renda da população. O otimismo do veterinário, que quer voltar ao mestrado no ano que vem, para por aí. Apesar de ter considerado as manifestações positivas para acordar os políticos, não vê mudanças estruturais pela frente, nem reflexos nas eleições:
- Essa sensibilização que ocorre na sociedade é importante, porque político odeia povo na rua. Mas não acredito que as manifestações tenham sido tão fortes a ponto de dar ao país um novo pensamento de estrutura de poder.
A torcida do casal Vanessa e Marcos Roberto Lima, de São Paulo, é que o crédito continue com força em 2014. É por meio das prestações que o casal conseguiu trocar de carro, TV e comprar a casa no programa Minha Casa, Minha Vida. O aumento de 17% na renda familiar ajudou a tornar realidade os planos de consumo.
- Nossa vida tem melhorado muito de uns anos para cá. Desejo que em 2014 as coisas continuem nesse ritmo. Já conquistamos as bases dos nossos sonhos. Agora temos casa, um bom carro e estamos trabalhando em empresas nas quais podemos alcançar melhores cargos. Então, para 2014, espero que os empregos sejam mantidos e que minha promoção saia, já que estarei com meu diploma na mão (Vanessa se formou em Administração este ano). Também torço para que as compras em prestação continuem existindo e sem juros — afirma a mãe de Isabella, de 7 anos.
A diarista Solange Moraes, do Rio, não desiste do sonho de entrar na faculdade e fez o Enem este ano para isso. Em paralelo, quer tirar a carteira de motorista para usufruir do Gol 1992, que conseguiu comprar este ano. Ela acredita que 2014 será o ano de colher os frutos dos esforços feitos este ano:
- Quero acreditar que todas essas obras que estão sendo feitas (para Copa e Olimpíadas) nos beneficiem, nós os filhos da terra.
A agricultora Ivanilda da Silva tem fé. Ela diz que, “se Deus quiser", vai recuperar em 2014 o que a seca levou, deixando-a com dívidas para poder alimentar os animais e manter o roçado. E, quem sabe, o Caruaru da Sorte (um título de capitalização) venha dar um alívio nas finanças da família, de cinco pessoas, que mora no agreste de Pernambuco:
- Mas se eu ganhar no Caruaru da Sorte amanhã, quem sabe eu já realizei meu sonho.
A empresária Flávia Ritto, do Rio, tem planos de investir em imóveis. A reforma da casa de Angra dos Reis e a compra do apartamento em Miami ficaram para 2014. Ela quer trabalhar menos:
- Já contratei diretores e acredito que vou conseguir trabalhar menos no ano que vem.



Fonte:http://oglobo.globo.com/economia/alem-do-consumo-familias-querem-mais-estudo-em-2014-11098557

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